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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Resultados das Eleições americanas 2012

          
A eleição presidencial americana de 2012 aconteceu na terça-feira (6 de novembro) e quarta-feira (07 de novembro de 2012) o mandato de Barack Obama foi renovado. Seu principal concorrente foi o ex-governador de Massachusetts, o republicano Mitt Romney. Obama do partido democrata será responsável pelo os Estados Unidos por mais quatro anos, até 2016. Ele vem liderando o país norte-americano desde 2008.
          Obama depois de saber sua vitória disse à multidão em Chicago. “Obrigado por terem acreditado sempre. Nós somos a família americana e vamos estar todos juntos como uma só nação”
O presidente admitiu que de certa forma, esta foi uma eleição mais difícil do que a primeira. Concluindo seu discurso: “Eu ouvi vocês e aprendi com vocês. Vocês me tornaram um presidente melhor. Vou voltar para a Casa Branca mais inspirado e determinado do que nunca. Não somos um estado azul ou estado vermelho. Nós somos os Estados Unidos da América.”


          Obama procurou levar uma mensagem de esperança, dizendo que para os americanos o melhor ainda está por vir. Ele afirmou ser o mesmo homem de antes lembrando da importância da democracia.
Mesmo antes de Romney admitir a derrota, Obama agradeceu pelo Twitter: “Estamos todos juntos. Foi assim que fizemos campanha, e é o que somos. Isso aconteceu por causa de vocês. Muito obrigado.”
As propostas de Obama parecem ser bem agradáveis e gerando a melhoria do país americano, propostas as quais podem refletir conseqüências no mundo inteiro. Os próximos anos dirão se essa foi uma boa escolha.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Eleição dos Estados Unidos


No dia 6 de novembro deste ano, os estadunidenses decidirão se manterão o atual presidente Barack Obama no poder ou se darão lugar ao republicano Mitt Romney. Pode parecer apenas mais uma eleição, como a de qualquer outra nação, mas essa é uma a que se deve dar bastante atenção - querendo ou não, os Estados Unidos ainda são, sim, a maior potência mundial, uma vez que exercem bastante influência no mundo, e é até dito que a eleição presidencial americana é equivalente a uma eleição internacional.


Diferentemente do Brasil, onde as diferenças dos partidos não são tão latentes, os EUA possuem o Partido Democrático e o Republicano, cujas linhas ideológicas são bastante delimitadas. O primeiro é caracterizado pela organização de centro-esquerda, com a proposta de equilibrar o capitalismo com programas sociais. Apoiado pelos sindicatos, defende o direito das minorias, ao aborto e à educação pública. Os republicanos, por sua vez, defendem uma economia mais liberal, o que a princípio soa bom, mas trata-se da "lei da oferta e da procura" em sua forma mais crua. No campo social, o partido defende políticas conservadoras de defesa da família, opõe-se ao casamento entre homossexuais ou o financiamento de abortos com recursos públicos: seu eleitor típico é branco, religioso e favorável ao capitalismo.

Eis a principais características dos candidatos:






 
Para discutirem suas propostas - principalmente sobre os rumos que a economia do país tomará e relações exteriores -, os candidatos se encontrarão em três debates: o primeiro, hoje, dia 3 de outubro, em Denver, no Colorado, com o tema principal política interna; o segundo será em formato de "encontro" e os eleitores irão questionar diretamente os candidatos sobre vários assuntos, de acordo com o site da Comissão de Debates Presidenciais. Será realizado em Hempstead, Nova York, onde ocorreu o debate final entre Obama e o senador republicano do Arizona, John McCain, nas eleições de 2008. Ele ocorrerá no dia 16 de outubro. O terceiro e último debate ocorrerá no dia 22, em Boca Raton na Flórida, e abordará a política externa. Haverá também um único debate entre os candidatos a vice-presidente, que ocorrerá no Kentucky e abordará uma gama de assuntos internos e externos.

Para aqueles que se interessam pelo assunto e julgam ser importante acompanhar o processo da eleição, todos os debates ocorrerão às 22h, horário de Brasília, e serão transmitidos pelo canal Globo News. Para aqueles que não tiverem TV a cabo, pode-se assistir com o áudio original ou traduzido pelo site G1.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Batismo de Sangue - Um novo olhar


                

       Pouca importância é dada ao titulo do filme ‘batismo de sangue’.  O que muitos não veem, no entanto, é o caráter metafórico profundo que ele contem: Batismo é um sacramento cristão que tem como objetivo a purificação do pecado original, portanto o titulo traz a ideia de que a tortura política (“sangue”) seria a forma na qual os militares convenceriam (“batismo”) todos aqueles que eram subversivos à ordem vigente.  

         O filme conta a história dos freis dominicanos que no decorrer da década de 1960 começaram a questionar a ditadura militar apoiando grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional,  organização política, comandada por Carlos Marighella, composta por setores de diversas correntes  ideológicas (congregando democratas, tenentes, operários e intelectuais  de esquerda), criada oficialmente em março de 1935 com o objetivo de lutar contra a influência fascista no Brasil.

      A Igreja sempre representou um grande apoio ao Regime Militar, mas bem se sabe que essa instituição é extremamente hierarquizada. Assim sendo, o baixo clero, mais ligado às questões sociais e desvinculados dos princípios da Igreja quanto ao Regime, não se  negaram a participar da militância contra o sistema.  

        Acompanhamos, então, os movimentos organizados pela ALN que, em grande parte são delatados, ou acabam não dando certo... O filme nos mostra de forma intimista a rotina dos clérigos e suas tradições, bem como seus princípios justos e solidários. A obra representa um bom quadro da situação desesperadora na qual o país se encontrava no período, a alienação da população, que dava mais importância para futebol do que para fatos políticos, como o assassinato de Marighella, entre outras características. 

         Um dos pontos altos do filme é sem dúvida a fotografia e a reconstituição de época, até porque, não coincidentemente, o prêmio que ele levou no Festival de Brasília foi o de melhor fotografia. O filme, com ajuda do figurino e das locações, ambientam muito bem o espectador dentro do contexto e fazem com que toda a trajetória torne-se mais legítima. Outro ótimo recurso usado foi o simbolismo nas cenas, na qual não eram usadas palavras explícitas para transmitir uma mensagem. Como exemplo podemos citar a saída do Frei Tito e outros militantes políticos da prisão em direção ao seu exílio, no qual todos aqueles que ficaram cantaram o hino nacional, mostrando seu apoio àqueles que estavam indo e relembrando que todos estavam ali para o bem da pátria. Outra cena muito forte é a tentativa de suicídio do Frei Tito após sua tortura, pois ver um religioso tentar cometer suicídio, algo que é condenado pela Igreja, nos faz ver o quão desesperador era passar por aquela experiência.  

     A abordagem do filme é extremamente psicológica; os personagens são trabalhados de forma profunda, e somos contagiados com suas aflições, sofrimentos e problemas. O Frei Tito, por exemplo, que é  barbaramente torturado, adquire sequelas psicológicas que o levarão ao suicídio.

       Porém, mesmo que o filme seja carregado de fatos históricos importantes e de cenas que contém um simbolismo muito forte, há uma crítica que pode ser feita quanto à exploração do tema: com certeza as cenas de tortura são essenciais dentro do contexto que o filme mostra, e que através delas nós podemos ter noção do que realmente acontecia com os presos políticos e o que eles passavam para defender sua pátria e seus direitos, entretanto essas torturas, dentro da película, foram usadas mais do que o necessário. Por  estender muito essas cenas, não foi dada a devida ênfase do porquê que aqueles freis estavam ali exatamente. No fim de tudo, não fica muito claro como os freis atuavam para ajudar a derrubar esse regime, e talvez um pouco mais de tempo dedicado a essa explicação fizesse com o que o retrato da situação fosse mais completo.

     Mesmo com algumas ressalvas, “Batismo de Sangue” continua sendo um filme forte que expõe essa ferida ainda aberta da ditadura que aconteceu em nosso país e faz, a cada minuto, com que nós pensemos sobre esse momento negro pelo qual aquelas pessoas passaram, até onde o ser humano pode ser cruel o suficiente para torturar um igual em prol de seus interesses e até onde um ser humano pode ser corajoso o suficiente para resistir a dor em busca da liberdade.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Batismo de Sangue - Análise

    O filme conta a história de jovens religiosos militantes subversivos. Por muitos é considerada uma obra impactante, uma vez que mostra cenas de tortura e a triste realidade brasileira diante da forte repressão. Segue uma análise superficial dos principais personagens que participam da trama.

    Frei Tito - tratado como protagonista, luta pela liberdade ao lado de seus compatriotas. Depois de  muito esforço acaba por muitas vezes sofrendo nas mãos da opressão que o levam a sequelas causando-o distúrbios psicológicos, que desencadeiam em um suicídio.

    Delegado Sergio Fleury – tido como o maior vilão, é o grande torturador e intimidador representado no filme. Simboliza os grandes opressores de sua época e mostra os métodos de se alcançar os objetivos dos militares de impor um governo ditatorial e sem discordâncias.

    Frei Oswaldo, Frei Ivo e Frei Betto – representantes do movimento reivindicatório, demonstram a união popular. Lutam pelo bem e pelos direitos do povo e de toda a nação brasileira.

    A ditadura brasileira ocorreu durante os anos de 1964 a 1985 e o filme retrata o período da década de 60, na qual os métodos de opressão estavam muito acentuados. Muitos representantes do governo agiam contra a vontade própria se submetendo à prática de ações que arruinavam a vida de muitos brasileiros. Há uma cena no filme que demonstra bem o fato citado: enquanto os freis realizavam uma oração e distribuíam a representação do Corpo de Cristo, oferecem a todos os presos e em seguida, sem terem uma visão diferente sobre seus “inimigos”, também o fazem para os militares e para o carcerário. Os militares negam sem hesitar, enquanto o carcerário pensa em aceitar, mas temendo o que podia lhe ocorrer caso o fizesse, recusa a hóstia, com uma expressão de impotência – retratando bem a submissão sofrida até mesmo pelo lado aliado ao Estado.

    Conhecer a história é importante para a evolução humana, evitando erros passados. O filme ajuda na identificação histórica brasileira evidenciando fatos descritos por Frei Betto, um dos personagens sobreviventes da ditadura. É interessante que a população brasileira tenha contato com a luta de seus antepassados para que possuam uma identidade com a sua nação.

    O vídeo a seguir mostra a cena em que é oferecida a hóstia ao carcerário:


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Análise Batismo de Sangue

     Assistimos, nesse bimestre, o filme Batismo de Sangue, que é retratado em São Paulo no fim da década de 60. Conta a história de religiosos da Igreja Católica torturados pelo regime militar, os principais eram Frei Tito (que acabou se suicidando enquanto estava exilado em Paris) e Frei Beto. Como no trailler do filme diz, eles transformaram religião em luta pela liberdade.
     O convento dos freis dominicanos se torna uma das mais fortes resistências a ditadura militar vigente no Brasil. Depois de um tempo eles são descobertos, presos e terrivelmente torturados. O filme retrata muito bem como eram feitas as torturas antigamente, o que deixa tudo bem impressionante e verdadeiro, nos faz refletir quantas pessoas ja sofreram e até mesmo se foram por causa de tal crueldade. Certas cenas nos deixam inconformados com a baixeza do ser humano que maltrata desse jeito um semelhante para obter informações.
    O filme tem muitas cenas que merecem destaque, mas duas delas, principalmente, nos chamaram atenção: Quando Frei Tito pôde sair da prisão junto com outros presos e todos vão embora cantando o hino nacional. E quando, ainda na cadeia, os freis fazem uma missa ali mesmo substituindo a hóstia por bolachas e vinho por suco de uva. Elas passam muita emoção ao telespectador, que parece sentir na pele o que muitos brasileiros passaram nessa época de extrema repressão.



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Dilma sanciona a lei das cotas sociais


Será que essa foi a decisão certa a ser tomada?  A decisão tomada pela presidenta pode ter sido precipitada; não é assim que deve-se tratar a questão das "injustiças". Os negros, pardos e índios, grandes beneficiados do novo sistema, inegavelmente possuem um histórico extremamente doloroso em nosso país. Mas não é dessa maneira que solucionaremos problemas do passado. 

O que vem sendo dito é que, com tal medida, o governo pretende "tapar o sol com a peneira" - deve-se começar   a pensar mais no ensino público para que esse tenha sua qualidade aumentada, e, aí sim, utilizar as cotas, como forma de ajuda bem elaborada àqueles que precisam (e quem sabe desenvolvimento como um todo a longo prazo), e não de modo imediatista como será feito. Não são minoria os alunos que entram nas faculdades federais por meio das tais cotas e acabam sendo prejudicados pelo seu mau histórico de aprendizado. Por mais que se esforcem, esses estudantes apresentam dificuldade de acompanhar o curso. A prioridade do nosso governo, pois, deveria ser, de fato, o sistema de ensino público.

A qualidade das escolas decresceu absurdamente em pouquíssimo tempo - chegamos a um patamar em que não temos como prioridade a busca por um nível elevado de ensino, mas por um nível dignoNo Brasil, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, como pode ser visto na Constituição. Está certo que a asseguração de tal igualdade é questionável em certos âmbitos - trata-se de gerações e gerações de exploração -, mas as cotas, ao contrariarem esse princípio, acabam por prejudicar uns e ajudar seus beneficiados de forma errônea.

COMO FUNCIONARÁ

A reserva será dividida meio a meio. Metade das cotas, ou 25% do total de vagas, será destinada aos estudantes negros, pardos ou indígenas de acordo com a proporção dessas populações em cada estado, tendo como base as estatísticas mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses alunos também deverão ter feito escola pública. A outra metade das cotas será destinada aos estudantes que tenham feito todo o Ensino Médio em escolas públicas e cujas famílias tenham renda per capita até 1,5 salário mínimo. Segundo a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, a Lei de Cotas deverá ampliar de 8,7 mil para 56 mil o número de estudantes negros que ingressam anualmente nas universidades públicas federais. P
ara sancionar a lei, Dilma alterou o projeto, retirando o artigo 2º do texto, que afirmava que a seleção para o sistema de cotas seria feita com base no Coeficiente de Rendimento (CR), obtido de acordo com a média aritmética das notas do aluno durante o Ensino Médio. Em substituição a esse método, a presidente decidiu que a seleção dos estudantes no sistema de cotas será feita via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).


Mudanças no vestibular deste ano

A Lei das Cotas deverá ser aplicada nos vestibulares ainda no fim deste ano. De acordo com a lei, as instituições federais terão um prazo de quatro anos para se adequarem às novas regras e até um ano para adotar ao menos 25% do que prevê o projeto. As universidades que promovem apenas um vestibular por ano deverão adotar o novo sistema de cotas ainda no exame do final do ano ou começo de 2013. Já as outras, como no caso da UnB, que realizam duas provas anuais, poderão colocar em prática apenas em meados de 2013.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A abertura dos arquivos da ditadura



   A ditadura militar que se iniciou em 1964 e durou longos 21 anos, fez mudanças drásticas em nosso país, os brasileiros perderam o direito a fala e a expressão, a luta pela liberdade se tornava cada vez mais impossível, como resposta a tudo isso a democracia repreendia a população com todas as formas de torturas possíveis.

Hoje em dia ainda é possível ver os reflexos causados em toda sociedade.
   São poucos os documentos e registros que nos permitem saber realmente o que aconteceu na época e a verdade que ainda permanece obscura.

   A abertura desses tais arquivos iria permitir que toda a verdade fosse revelada, reconstruída e esclarecida. Isso aliviaria a vida de muitas famílias que ainda procuram explicações para o ocorrido.O governo tenta encobrir o que aconteceu e assim não permite uma aproximação da sociedade com a verdade.Ainda hoje a relação com a situação dos arquivos é a mesma de antigamente. 
   O governo Lula tomou uma grande iniciativa e criou o projeto ''memórias reveladas'', que visa dar acesso a documentos sobre a época de repressão ditatorial no país, porém não são todos os documentos que se pode ter acesso, somente os que eram da ABIN (Associação Brasileira de Informação), pois os documentos referentes as forças armadas ainda permanecem secretos.
  
   Nossos militares consideram que ''o interesse nacional está acima do conhecimento da verdade ''. 
Em 2003 houve uma comissão especial de mortos e desaparecidos políticos no ministério da justiça.
O decreto n 79.099 de 06/11/77 da LSN (Lei de Segurança Nacional), regido por Ernesto Geisel, cita que autoridades civis ou militares, não podem tornar públicos documentos sigilosos sobre a repressão. Aqueles que violarem o decreto poderá ser enquadrado no artigo n 21, que pune com reclusão de 2 a 10 anos.
No final do ano de 2009 foi lançado o novo programa nacional de direitos humanos o DNDH-3, que tem vários projetos, dentre eles a criação da comissão da verdade no qual investiga os crimes cometidos por torturadores na época da repressão e o acesso aos documentos sigilosos.





 Esse novo programa também se referia a lei de anistia ,na qual exigia revisão para crimes cometidos por agentes do estado, isso gerou uma grande polêmica na mídia.

No início de 2010 os militares conseguiram causar ambiguidade na lei, assim como a anistia, quando retiraram do programa o termo '' repressão política ''.
   Vários setores da sociedade como a associação de mortos e desaparecidos políticos e a OAB estão movendo discussões e abaixo assinados sobre o tema, isso também cabe a sociedade, refletir para ter acesso a verdade e justiça definitiva que é defendida pela constituição de 88.
Nós mas do que nunca devemos levantar a nossa bandeira e discutir juntos sobre o assunto, afinal sem acesso aos documentos não poderemos investigar o que aconteceu durante o período ditatorial, sem a revisão da lei de anistia, nossa democracia se mostra frágil.Diante de tudo isso devemos nos conscientizar sobre a importância do acesso de todos á memória e a verdade.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Marighella: se foi o homem, ficou a lenda


Carlos Marighella nasceu em Salvador no dia 5 de dezembro de 1911. De origem humilde, ainda adolescente, despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e desde já tornou-se militante do Partido Comunista, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo.

Contando diversos anos de prisão, tendo sido baleado, espancado e torturado, chegou a ser considerado o inimigo público número 1 nos anos de chumbo da ditadura brasileira. Em uma ocasião, inclusive, mesmo preso, foi eleito para o Comitê Central. Em 1967, por discordar das linhas que o Partido Comunista tomava e acabar sendo expulso do mesmo, fundou a Ação Libertadora Nacional - ALN, optando pela luta armada. Sua organização sobreviveu mesmo depois de sua morte, em 1969.

Marighella, que além de guerrilheiro, era escritor e poeta, deixou diversos escritos, que correram o mundo - sua primeira prisão, inclusive, se deveu a parte de sua produção intelectual, com versos que ridicularizavam o interventor de Vargas, Juracy Magalhães. 

Pode-se até discordar de seus princípios e a forma com que ele tentava alcançá-los, mas, inegavelmente, os ideais do militante se perpetuarão, o que pode ser observado pelas diversas formas pelas quais sua história está sendo contada; ainda nesse mês, foi lançado um documentário de sua vida - ou "depoimentário", uma vez que conta com mais características emocionais que factuais -, cujo trailer se encontra abaixo:


O grupo de rap Racionais MCs lançou, também esse ano, o videoclipe da canção Mil Faces de um Homem Leal, tipo de tributo ao guerrilheiro que faz parte da trilha sonora do filme:


Com lançamento previsto para outubro, "Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo" é a biografia resultante de uma pesquisa de 9 anos do jornalista Mário Magalhães, que, essa sim, promete fazer um verdadeiro "raio-x" da vida do militante. Magalhães afirma: “Ninguém precisa necessariamente amar ou odiar Marighella. Mas é impossível ficar indiferente à epopeia que ele viveu. É uma vida espetacular. Você pode concordar ou discordar das opiniões dele, ter simpatia ou não pela trajetória dele, mas é um épico."

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Como consertar o Brasil?



O QUE É O RANKING DOS POLÍTICOS?

Somos um ranking que compara políticos de todo o Brasil. Classificamos os legisladores do pior para o menos pior. Sabemos que existe uma enorme quantidade de corruptos e incompetentes na política brasileira. No entanto, se votarmos em massa nos menos piores, estaremos incentivando uma melhoria no panorama político do Brasil. Nossa meta é oferecer informação para ajudar de forma objetiva as pessoas a votarem melhor. Somos um site particular criado por dois professores e administradores de empresa. Não somos filiados a nenhum partido político ou grupo de interesse.

QUAL É A IMPORTÂNCIA DESSE PROJETO?

Consertar os problemas brasileiros deve ser feito pela via política, ou seja, votando e implantando leis boas. Como os políticos são os maiores beneficiários da situação atual, não é fácil fazê-los votar leis que prejudiquem eles mesmos. A boa notícia é que mesmo os políticos mais corruptos também dependem de votos, portanto, se a população votar melhor, consequentemente teremos políticos melhores e, aos poucos, pode-se aumentar a qualidade dos nossos representantes públicos. Com o tempo, se conseguirmos ter dezenas de milhões de eleitores acompanhando o Ranking, além de colocar para fora os corruptos, ainda criaremos um forte incentivo aos demais políticos para se comportarem bem, pois saberão que se trabalharem mal, perderão pontos no Ranking.

Jogos políticos



Datada para ocorrer no dia sete de outubro de 2012, foi aberta a época de eleições! E que comecem os jogos!


Não há como passar despercebida essa temporada, mas não por ser uma época de grande mobilização social em prol de melhores representantes das cidades, e sim porque, em todo lugar, pode-se ver uma infestação de banners, cavaletes e propagandas eleitorais de diversas maneiras.

Um bordão engraçado, uma foto sorrindo e o número de identificação do candidato - na maioria das vezes, é apenas isso que se é visto nessas propagandas. Ausência de propostas, promessas e ideais, visando apenas o tratamento superficial dos candidatos.

Há uma lei, chamada Lei das Eleições (Lei 9504/97), que determinou para o Congresso Nacional o prazo de até o dia 10 de junho para fixar, por lei, os limites de gastos de campanha para os cargos em disputa nas eleições municipais deste ano. Porém, isso não ocorreu. Não há teto de gastos para a campanha desse ano, portanto, depende de cada partido estabelecer o limite de gastos para a propaganda dos seus prefeitos e vereadores e depois noticiar a Justiça Eleitoral. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou, nesta quarta-feira (18), a previsão de que os gastos máximos de campanha de todos os 194 candidatos que apresentaram pedido de registro de candidatura à prefeitura chegarão a R$ 1,26 bilhão.

Valores tão altos gastos em campanhas acabam por massacrar os outros candidatos que não possuem o mesmo poderio financeiro, tornando a campanha eleitoral um circo, em que, na verdade, os palhaços somos nós.

A caminho da copa

"O filme aborda a diversidade de opiniões a respeito dos impactos, positivos e negativos, da preparação dos mega eventos no cotidiano das principais cidades do país. Raquel Rolnik, Carlos Vainer, Juca Kfouri, Toni Sando, Vicente Cândido e moradores de São Paulo e Rio de Janeiro atingidos por obras urbanas ligadas ao eventos da Copa do Mundo e Olimpíadas são entrevistados no filme."

Realização: Instituto Pólis e Pólis Digital


Teaser do documentário A Caminho da Copa from Polis Digital on Vimeo.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Chico Buarque, a voz de um povo



Durante a época da ditadura militar a música popular brasileira destacou-se com grande importância, sendo de forma implícita uma crítica ao governo e um movimento de união contra o regime da época. Foram diversos artistas que lutaram e sofreram pelo bem da nação. Podemos ressaltar alguns nomes conhecidos, como Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Ivan Lins, entre outros. Mas nosso grupo resolveu focar em um grande personagem, a quem todo o Brasil deve muito. Mesmo durante seu exílio, permaneceu compondo em contraposição à ditadura. Sempre lutou pelo seu direito e de seus irmãos de nação. 

Referimos-nos ao grande Chico Buarque. Nascido em 1944, na cidade do Rio de Janeiro, se mudou pra São Paulo dois anos depois. Filho do conhecido historiador Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim, ingressou na faculdade de arquitetura da USP, mas largou os estudos para se dedicar à música. Em 1964 compôs sua primeira música – Tem mais samba. Em 1966 começaram seus problemas com a censura. Em 1968, em um teatro onde a peça roda-viva – de sua autoria – era exibida, o CCC invadiu e espancou o elenco. Foi também, no mesmo ano, detido pela primeira vez. Em meio a tanta repressão, o cantor exilou-se voluntariamente em Roma em 1969. Prosseguiu lançando composições, e após algum tempo voltou ao Brasil. Foi preso em 1978 ao voltar de Cuba. Em 1984 participou ativamente da campanha "Diretas Já", na qual lutava por eleições diretas e participação ativa dos cidadãos no governo, e sua música “Pelas Tabelas” foi considerada um hino informal da campanha. Em meio a tantos episódios, Chico sofreu muito nas mãos do sistema, assim como inúmeros brasileiros. Muitos não resistiram e faleceram em meio a tamanha desumanidade, mas ainda nos restaram alguns dos heróis que lutaram por justiça e direitos naquela onda de totalitarismo.

Para melhor explicarmos a participação desse símbolo da música brasileira e mostrarmos o quão importante a arte foi em meio àquele pesadelo, seguem alguns trechos de canções de Chico Buarque. Faremos breves comentários sobre alguns significados em meio à música, já que o sentido tinha de ser trazido indiretamente – driblando a censura imposta pelo regime militar.

Cálice – 1978


Pai! Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado

Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa.

Na música cálice, a palavra mostra a repressão da época – já que a pronúncia remete a “cale-se”. O sangue expressaria o sofrimento em meio à tortura pela qual o país era tomado. Mostrava, assim como percebe-se no trecho, a angústia em meio à falta da liberdade de expressão e o desespero que não mais se aguentava, prestes a – como ele mesmo diz – “emergir o monstro da lagoa” e agir irracionalmente sem preocupar-se com a reação do governo.

Apesar de você - 1978


Hoje você é quem manda

Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
(...)
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você
onde vai se esconder
Da enorme euforia?
(...)
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!


Essa talvez seja a música mais explicita de Chico – mesmo que ainda tenha tido algumas partes censuradas, como um trecho que dizia sobre a queda de um castelo, se referindo indiretamente ao general Castelo Branco. Pegamos apenas alguns trechos, mas para quem se interessar, aqui está a letra completa (infelizmente, achamos apenas a versão “podada” pelos militares). Mostra a crescente revolta popular e a insatisfação em relação àquela vida de mentiras, àquela prisão que sentiam a cada dia.


Meu caro amigo – 1976


Meu caro amigo me perdoe, por favor

Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita


Aqui na terra tão jogando futebol

Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta



A música “Meu caro amigo” se trata de uma carta a um amigo que fora exilado. Em meio a tantas pessoas sendo expulsas de seu país, tenta mostrar que embora tudo pareça normal e pacífico continua a piorar – só que nada é mostrado, tudo é oculto pela mídia: “mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta”.


Vai passar – 1984


Vai passar nessa avenida um samba popular

(...)
E um dia afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
(...)
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear

A confiança de um amanhã melhor é o tema principal. A ditadura perdia poder em meio ao movimento popular – em cujos comícios eram reunidas quase um milhão de pessoas – com a força de políticos da oposição. O carnaval expressa a liberdade e a alegria de um povo que se libertava da opressão. É uma música alegre, já anunciando o breve fim do sistema que por décadas massacrou sonhos, torturou vidas e enterrou a liberdade. Era o começo de um novo Brasil!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uma breve análise da greve dos estudantes brasileiros



Não é novidade para ninguém que o setor público de Educação no Brasil esteja deteriorado: nas escolas, faltam professores, materiais e merenda; nas universidades, o problema de infraestrutura é grave, faltam restaurantes universitários, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, edifícios, entre outros. As origens dessa triste realidade são muitas e dariam pano para uma nova postagem do blog. Por ora, então, apontaremos o abandono da educação brasileira pelo governo como um dos principais motivos da falência do setor. Deve-se destacar que apenas 4% do PIB nacional é destinado para a educação, o que nos leva a perguntar, e os outros 96%? Os destinos são inúmeros e intrigantes, como o bolso de grandes políticos corruptos e o pagamento da “dívida pública”, que já foi paga várias vezes...

Vale destacar que existem casos, como na Universidade Federal Fluminense, em que os estudantes têm aulas em contêineres, bem como há aqueles nos quais as aulas são ministradas em porões, laboratórios são improvisados em banheiros e estudantes passam necessidades por não haver, na universidade, refeitórios ou moradias, o que resulta numa estrondosa porcentagem de evasão dos alunos.

Com a desvalorização do sistema público de educação, a tendência é que a excelência de ensino deixe de ser um sinônimo para o setor, afinal, os exímios professores o abandonam gradativamente para se dedicarem ao setor privado, as verdadeiras “empresas” da educação, onde receberão mais, mas trabalharão de forma apenas funcional. A qualidade dos alunos e professores como pesquisadores, então, sofre com tais efeitos.

A mídia tenta esconder e “abafar” a maior greve estudantil do Brasil, que se arrasta por mais de 3 meses, utilizando todo o seu poder de manipulação. Afirma, por exemplo, que os professores colocam seus interesses pessoais, o salário, na frente do coletivo. Porém sabe-se bem que os princípios dos professores vão muito além dos seus salários, e que poucos se negligenciam a trabalhar. Perseu Abramo já dizia, no seu clássico “Padrões de manipulação da grande imprensa”, que a mídia comercial lança mão de diversos artifícios para divulgar uma versão distorcida da realidade. Ele advertia que “não é todo o material que toda a imprensa manipula sempre”, mas que há padrões observáveis no conjunto da produção jornalística que demonstram que a maioria incorre em algum grau de manipulação, a qual tem objetivos e interesses, geralmente econômicos e políticos.

Dessa forma, apesar da tentativa falha da mídia nacional de esconder e deslegitimar a causa dos grevistas, apontando-os como privilegiados, desordeiros, em busca de atenção, pode-se afirmar que a luta dos estudantes e professores (entre outros envolvidos) por uma educação digna e de qualidade para TODOS no Brasil é algo honrável, que merece respeito e atenção nacional.  

Para finalizar, apresentamos aqui algumas das propostas dos grevistas: aumento da porcentagem do PIB investido em educação de 4% para 10%, criação e reformas de campus universitários, refeitórios, laboratórios, aumento salarial dos magistrados, etc...

Não seria essa uma causa justa a se lutar? Convidamos o leitor a dar sua fundamental opinião nos comentários e responder nossa enquete: "Você irá participar da Marcha Estudantil Nacional do dia 06/09?"  ao lado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Maluco -CENSURA- Beleza



Ontem, dia 21 de agosto de 2012, completou 23 anos que o Brasil perdeu um de seus maiores compositores e primogênitos do rock nacional. Raul Santos Seixas, baiano, teve como influência musical o blues e o rockabilly de Elvis Presley. Vocês devem estar se perguntando o que isso tem a ver com os assuntos discutidos aqui no Esclaricendo; e eu lhes direi.

Raulzito, assim chamado, afiliou-se com Paulo Coelho, escritor, letrista e filósofo esotérico que possuía idéias e fundamentos ligados ao movimentos de vanguarda e hippie; tal aliança foi fundamental para a criação da Sociedade Alternativa, que foi interpretada de forma errônea pelo governo. A Sociedade era baseada nos escritos do ocultista inglês Aleister Crowley, cuja Lei de Thelema era baseada nos preceitos "Faze o que tu queres há de ser tudo da lei" e "Amor é a lei, amor sob vontade".

Uma vez que a Sociedade Alternativa chegou aos ouvidos da Ditadura, Raul passou a ser perseguido, visto que o governo reprimia qualquer atitude considerada subversiva, que influenciasse as pessoas a se voltarem contra o poder. A censura da época era algo que proibia a liberdade de expressão, musical e cultural, portanto os artistas do período usavam e abusavam de figuras de linguagens, metáforas, entre outros, para tentar driblá-la e conseguir fazer com que sua arte mudasse o pensamento das pessoas. O "maluco beleza", juntamente com Paulo Coelho, em 1974, foi mandado aos Estados Unidos por conta do exílio. Muitos outros compositores foram exilados para Europa e para outros locais, como por exemplo Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.

Raulzito teve cerca de 18 composições vetadas pela censura, entre elas: Ouro de Tolo, Metrô Linha 743, Aluga-se, Sociedade Alternativa, Cowboy Fora da Lei, Mosca na Sopa e uma das mais famosas: Como Vovó Já Dizia. Abaixo segue a versão original da canção:

Quem não tem colírio, usa óculos escuros (2x)
Quem não tem colírio, usa óculos escuros essa luz tá muito forte tenho medo de cegar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros os meus olhos tão manchados com teus raios de luar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros eu deixei a vela acesa para a bruxa não voltar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros acendi a luz do dia para a noite não chiar

Quem não tem colírio, usa óculos escuros quem não tem papel dá o recado pelo muro
Quem não tem presente se conforma com o futuro

Quem não tem colírio, usa óculos escuros já bebi daquela água quero agora vomitar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros uma vez a gente aceita, duas tem que reclamar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros a serpente está na terra o programa está no ar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros vim de longe de outra terra pra morder teu calcanhar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros essa noite eu tive um sonho, eu queria me matar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros tudo tá na mesma coisa, cada coisa em seu lugar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros com dois galos a galinha não tem tempo de chocar
Quem não tem colírio, usa óculos escuros tanto pé na nossa frente que não sabe como andar

E eis aqui a música com letra censurada:


Por fim, outra composição censurada de Raul, Metrô Linha 743: