Não é novidade para ninguém que o setor público de Educação no Brasil esteja deteriorado: nas escolas, faltam professores, materiais e merenda; nas universidades, o problema de infraestrutura é grave, faltam restaurantes universitários, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, edifícios, entre outros. As origens dessa triste realidade são muitas e dariam pano para uma nova postagem do blog. Por ora, então, apontaremos o abandono da educação brasileira pelo governo como um dos principais motivos da falência do setor. Deve-se destacar que apenas 4% do PIB nacional é destinado para a educação, o que nos leva a perguntar, e os outros 96%? Os destinos são inúmeros e intrigantes, como o bolso de grandes políticos corruptos e o pagamento da “dívida pública”, que já foi paga várias vezes...
Vale destacar que existem casos, como na Universidade Federal Fluminense, em que os estudantes têm aulas em contêineres, bem como há aqueles nos quais as aulas são ministradas em porões, laboratórios são improvisados em banheiros e estudantes passam necessidades por não haver, na universidade, refeitórios ou moradias, o que resulta numa estrondosa porcentagem de evasão dos alunos.
Com a desvalorização do sistema público de educação, a tendência é que a excelência de ensino deixe de ser um sinônimo para o setor, afinal, os exímios professores o abandonam gradativamente para se dedicarem ao setor privado, as verdadeiras “empresas” da educação, onde receberão mais, mas trabalharão de forma apenas funcional. A qualidade dos alunos e professores como pesquisadores, então, sofre com tais efeitos.
A mídia tenta esconder e “abafar” a maior greve estudantil do Brasil, que se arrasta por mais de 3 meses, utilizando todo o seu poder de manipulação. Afirma, por exemplo, que os professores colocam seus interesses pessoais, o salário, na frente do coletivo. Porém sabe-se bem que os princípios dos professores vão muito além dos seus salários, e que poucos se negligenciam a trabalhar. Perseu Abramo já dizia, no seu clássico “Padrões de manipulação da grande imprensa”, que a mídia comercial lança mão de diversos artifícios para divulgar uma versão distorcida da realidade. Ele advertia que “não é todo o material que toda a imprensa manipula sempre”, mas que há padrões observáveis no conjunto da produção jornalística que demonstram que a maioria incorre em algum grau de manipulação, a qual tem objetivos e interesses, geralmente econômicos e políticos.
Dessa forma, apesar da tentativa falha da mídia nacional de esconder e deslegitimar a causa dos grevistas, apontando-os como privilegiados, desordeiros, em busca de atenção, pode-se afirmar que a luta dos estudantes e professores (entre outros envolvidos) por uma educação digna e de qualidade para TODOS no Brasil é algo honrável, que merece respeito e atenção nacional.
Para finalizar, apresentamos aqui algumas das propostas dos grevistas: aumento da porcentagem do PIB investido em educação de 4% para 10%, criação e reformas de campus universitários, refeitórios, laboratórios, aumento salarial dos magistrados, etc...
Não seria essa uma causa justa a se lutar? Convidamos o leitor a dar sua fundamental opinião nos comentários e responder nossa enquete: "Você irá participar da Marcha Estudantil Nacional do dia 06/09?" ao lado.
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