terça-feira, 28 de agosto de 2012

Marighella: se foi o homem, ficou a lenda


Carlos Marighella nasceu em Salvador no dia 5 de dezembro de 1911. De origem humilde, ainda adolescente, despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e desde já tornou-se militante do Partido Comunista, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo.

Contando diversos anos de prisão, tendo sido baleado, espancado e torturado, chegou a ser considerado o inimigo público número 1 nos anos de chumbo da ditadura brasileira. Em uma ocasião, inclusive, mesmo preso, foi eleito para o Comitê Central. Em 1967, por discordar das linhas que o Partido Comunista tomava e acabar sendo expulso do mesmo, fundou a Ação Libertadora Nacional - ALN, optando pela luta armada. Sua organização sobreviveu mesmo depois de sua morte, em 1969.

Marighella, que além de guerrilheiro, era escritor e poeta, deixou diversos escritos, que correram o mundo - sua primeira prisão, inclusive, se deveu a parte de sua produção intelectual, com versos que ridicularizavam o interventor de Vargas, Juracy Magalhães. 

Pode-se até discordar de seus princípios e a forma com que ele tentava alcançá-los, mas, inegavelmente, os ideais do militante se perpetuarão, o que pode ser observado pelas diversas formas pelas quais sua história está sendo contada; ainda nesse mês, foi lançado um documentário de sua vida - ou "depoimentário", uma vez que conta com mais características emocionais que factuais -, cujo trailer se encontra abaixo:


O grupo de rap Racionais MCs lançou, também esse ano, o videoclipe da canção Mil Faces de um Homem Leal, tipo de tributo ao guerrilheiro que faz parte da trilha sonora do filme:


Com lançamento previsto para outubro, "Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo" é a biografia resultante de uma pesquisa de 9 anos do jornalista Mário Magalhães, que, essa sim, promete fazer um verdadeiro "raio-x" da vida do militante. Magalhães afirma: “Ninguém precisa necessariamente amar ou odiar Marighella. Mas é impossível ficar indiferente à epopeia que ele viveu. É uma vida espetacular. Você pode concordar ou discordar das opiniões dele, ter simpatia ou não pela trajetória dele, mas é um épico."

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