quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Influências do nazismo no Brasil

Durante o governo de Getúlio Vargas, a Segunda Guerra Mundial estava em andamento na Europa. Com o ataque à base naval americana de Pearl Harbor, foi necessária a entrada dos Estados Unidos no embate, o qual até então apresentava uma posição "neutra" em relação à guerra. Um programa gravado, chamado "A Tentação Totalitária", mostra a grande aproximação do Brasil com a Alemanha e Itália e a grande afinidade de Getúlio Vargas com o nazifascismo.

Partidos haviam sido proibidos, políticos foram cassados, jornais e revistas que não agradassem ao governo eram perseguidos. Nos anos 30, vivíamos sob a ditadura do Estado Novo, que era praticamente uma cópia da carta do ditador fascista italiano Benito Mussolini, de quem Getúlio não escondia ser admirador. Além do mais, no Brasil, ainda existiam muitos jovens que eram integralistas, ou seja, desejavam um país totalitário e chegavam a se envolver com espancamentos de negros, judeus e estrangeiros.

Além de ideais autoritários como esses, o Brasil mantinha certa amizade com a Alemanha, uma vez que este era o segundo país que mais consumia produtos brasileiros. Além disso, nessa época, alguns policiais e militares viajaram para a Alemanha, onde treinaram com a Gestapo, a polícia política de Hitler. Nesse contexto, os brasileiros entregaram aos nazistas os comunistas e judeus alemães residentes do Brasil. Dessa forma, estava claro que Getúlio estava mais próximo de apoiar o Eixo do que os Aliados. 

Entretanto, após o citado ataque japonês em Pearl Harbor, o Brasil rompeu relações com o Eixo. Em 31 de agosto, depois de 6 navios brasileiros serem afundados por submarinos alemães em apenas 4 dias, Getúlio declarou guerra. De um dia para o outro, alemães, italianos e japoneses viraram inimigos da pátria. Os alemães que estavam pelo Brasil foram convidados a deixar o país e intimados a comparecer à delegacia mais próxima. Alguns foram presos acusados de “falar alemão em público”. O Brasil, pois, passou a apoiar os Estados Unidos na guerra - mesmo com essa aliança, porém, os métodos de torturas utilizadas no Novo Estado e na Ditadura Militar no Brasil poderiam muito bem serem comparadas com algumas atitudes do nazismo na Alemanha.


CURIOSIDADE

Poucos sabem que, a partir de 1997, foram expostos publicamente arquivos da Delegacia de Ordem Política e Social (Deops) do governo Getúlio Vargas. A partir disso, pode-se ver que os pesquisadores descobrem, a cada dia, algo novo sobre o assunto. Um exemplo é o da professora Ana Maria Dietrich, da Universidade de São Paulo, que há anos pesquisa milhares de documentos do Deops (os quais se encontram atualmente sob a guarda do Arquivo do Estado de São Paulo). Segundo ela, os documentos relevam um nível surpreendente da influência nazista no Brasil.

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