A ditadura militar que se iniciou em 1964 e durou longos 21 anos, fez mudanças drásticas em nosso país, os brasileiros perderam o direito a fala e a expressão, a luta pela liberdade se tornava cada vez mais impossível, como resposta a tudo isso a democracia repreendia a população com todas as formas de torturas possíveis.
Hoje em dia ainda é possível ver os reflexos causados em toda sociedade.
São poucos os documentos e registros que nos permitem saber realmente o que aconteceu na época e a verdade que ainda permanece obscura.
A abertura desses tais arquivos iria permitir que toda a verdade fosse revelada, reconstruída e esclarecida. Isso aliviaria a vida de muitas famílias que ainda procuram explicações para o ocorrido.O governo tenta encobrir o que aconteceu e assim não permite uma aproximação da sociedade com a verdade.Ainda hoje a relação com a situação dos arquivos é a mesma de antigamente.
O governo Lula tomou uma grande iniciativa e criou o projeto ''memórias reveladas'', que visa dar acesso a documentos sobre a época de repressão ditatorial no país, porém não são todos os documentos que se pode ter acesso, somente os que eram da ABIN (Associação Brasileira de Informação), pois os documentos referentes as forças armadas ainda permanecem secretos.
Nossos militares consideram que ''o interesse nacional está acima do conhecimento da verdade ''.
Em 2003 houve uma comissão especial de mortos e desaparecidos políticos no ministério da justiça.
O decreto n 79.099 de 06/11/77 da LSN (Lei de Segurança Nacional), regido por Ernesto Geisel, cita que autoridades civis ou militares, não podem tornar públicos documentos sigilosos sobre a repressão. Aqueles que violarem o decreto poderá ser enquadrado no artigo n 21, que pune com reclusão de 2 a 10 anos.
No final do ano de 2009 foi lançado o novo programa nacional de direitos humanos o DNDH-3, que tem vários projetos, dentre eles a criação da comissão da verdade no qual investiga os crimes cometidos por torturadores na época da repressão e o acesso aos documentos sigilosos.
Esse novo programa também se referia a lei de anistia ,na qual exigia revisão para crimes cometidos por agentes do estado, isso gerou uma grande polêmica na mídia.
No início de 2010 os militares conseguiram causar ambiguidade na lei, assim como a anistia, quando retiraram do programa o termo '' repressão política ''.
Vários setores da sociedade como a associação de mortos e desaparecidos políticos e a OAB estão movendo discussões e abaixo assinados sobre o tema, isso também cabe a sociedade, refletir para ter acesso a verdade e justiça definitiva que é defendida pela constituição de 88.
Nós mas do que nunca devemos levantar a nossa bandeira e discutir juntos sobre o assunto, afinal sem acesso aos documentos não poderemos investigar o que aconteceu durante o período ditatorial, sem a revisão da lei de anistia, nossa democracia se mostra frágil.Diante de tudo isso devemos nos conscientizar sobre a importância do acesso de todos á memória e a verdade.